sábado, 27 de setembro de 2008

OS ANOS 70

O clima que se respira na sociedade em princípios de 70 é de algum desencanto, apesar das profundas transformações que a mesma sofreu. A pouco e pouco, o status quo foi ocupando o seu lugar e o enorme consumo de drogas tinha ceifado muitas vidas. Muitos tinham chegado exaustos ao fim da década, tal tinha sido a sua alucinante actividade e produtividade, e alguns mostravam excessiva dependência das drogas, o que se reflectia na sua criatividade.
Novas correntes e novos nomes surgem na ribalta. O chamado 'rock progressivo' - grande predominância das teclas e sintetizadores, longas passagens instrumentais e elevada execução técnica - é um dos que primeiro se afirma com grande impacto, sobretudo na Europa. Os Pink Floyd, já sem Syd Barrett, serão dos primeiros a aderir e a influenciar a nova corrente com os seus álbuns. Produzirão dois discos marcantes em 70: 'Dark Side of the Moon' e 'Whish You Were Here', este último dedicado a Barrett. Mas a banda que manterá uma constância de qualidade durante a década será King Crimson. Outras bandas, embora de qualidade desigual, editarão alguns discos fundamentais do género: Genesis, Gentle Giant, Van der Graaf Generator, Yes, Jethro Tull, Emerson, Lake & Palmer, Family, para citar algumas.
O hard rock, outra corrente que se afirmará de forma retumbante, tem em Led Zepellin e Deep Purple as suas figuras de topo.
Nos Estados Unidos, o country rock atrai numerosos músicos influenciados por Crosby, Stills & Nash e Gram Parsons dos Flying Burrito Brothers.
Uma tendência que surge ainda em finais de 60 é o chamado rock de fusão, largamente influenciado pelo jazz. Soft Machine, Gong, Henry Cow e IF são os representantes destacados na Europa. Chicago e Blood, Sweat & Tears nos Estados Unidos. O grupo Santana produzirá uma música de fusão com elementos da música latina. O LP Abraxas lançado em 1970 será um êxito colossal.
No pop em Inglaterra afirmam-se os Roxy Music de Brian Ferry, um dos grandes compositores de 70. Sem esquecer o já mencionado Bowie e T.Rex. A banda pop por excelência nos Estados Unidos serão os Credence Clearwater Revival, que tomarão de assalto as tabelas de vendas.
Na Grã Bretanha há um forte revivalismo folk devido à influência dos Fairport Convention, de Sandy Denny e dos Steeleye Span.
Uma das tendências mais criativas é a do chamado Krautrock, vulgo rock alemão, como é conhecido, visto os seus grupos serem predominantemente alemães. É um rock ecléctico, experimental, por vezes electrónico. Faust, Can, Amon Duul e Kraftwerk são alguns dos mentores.
Não se devem esquecer os Residents, uns americanos que fazem uma música próxima da electrónica e é igualmente de assinalar a música dita ambiental que tem em Brian Eno a sua primeira figura.
Todas estas correntes - ou quase todas - rapidamente entraram em declínio. Em meados de 70, com o advento do disco sound, reinava na cena musical um enorme marasmo.

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