segunda-feira, 13 de outubro de 2008

INAUGURAÇÃO DA EXPOSIÇÃO “A Magia do Vinil”

Teve lugar no passado sábado, dia 11 de Outubro, na Oficina de Cultura a cerimónia de inauguração da Exposição.
Pelas 17H00 foi aberta a porta da Oficina e logo de seguida largas dezenas de amantes da música e saudosistas de um passado ainda recente, começaram a afluir.
Apraz-nos registar a espectacular afluência que a Exposição registou.
Na cerimónia usou da palavra o Presidente da AAAEEN, João Aldeia, o qual fez uma ligeira apresentação e introduziu o s restantes oradores.
De seguida falou o Jorge Fialho, membro da Direcção da AAAEEN, o qual historiou a Exposição, o modo como ela nasceu e finalmente a sua concretização.
De seguida usou da palavra a Presidente do Conselho Executivo da Escola Emídio Navarro, Profª. Luísa Beato , a qual deixou algumas palavras de apreço pela iniciativo dos antigos alunos e falou sobre a nova Escola que vai começar nascer a partir do próximo ano.
Por fim, usou da palavra o representante da CMA, Dr. Luís Pargana, o qual fez um retrato do que foi erguer esta exposição.
Finalmente o José António Santos, o coleccionador, fez uma visita guiada pela exposição, a qual foi extremamente útil .
Depois de um beberete, a exposição continuou patente ao público, até às 22H00, sempre com uma afluência acima da média.

Agora a Exposição continuará ao dispor da população, até ao dia 31 de Otubro, de quarta-feira até Domingo, das 14H30 ás 19H00 e das 20H00 às 22H00, nas instalações da Oficina da Cultura.
Aproveite e descubra os discos da sua geração, ou então veja como os discos de vinil, para além da música, eram também arte.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

EXPOSIÇÃO DE DISCOS DE VINIL ( 1955 -1975 )

EXPOSIÇÃO DE DISCOS DE VINIL ( 1955 -1975 )
Oficina de Cultura - Almada
11 a 31 de Outubro de 2008
A MAGIA DO VINIL

Inauguração no dia 11 de Outubro de 2008 pelas 17H00

Realiza-se em Almada a primeira grande exposição do disco de vinil, onde se mostra 20 anos (de 1955 a 1975) da evolução da música, neste caso da música dita popular.
Nela estarão presentes alguns dos principais discos – LP e 45 RPM (singles e EP’s) – que marcaram cada época e cada género. Desde o rock de 50 aos blues, do folk ao pop, de Dylan aos Beatles e aos Stones, do psicadelismo ao progressivo e aos anos 70, do soul ao jazz, da música francesa à música portuguesa e brasileira, de Brel a José Afonso, de Amália a Jobim e Chico Buarque, etc. Também o rock feito na época em Portugal e o rock feito em Almada, onde se podem admirar algumas das bandas e músicos mais proeminentes do concelho.
E depois há a beleza das capas, o design e a qualidade estética que marcaram uma época; e a imprensa da altura, as revistas, os cartazes, as fotos, os posters e os aparelhos reprodutores.
A Magia do Vinil é uma exposição a não perder, uma viagem no tempo, uma oportunidade única para deixar fluir a surpresa, a alegria e a emoção, tratando-se, como se trata, de uma parte marcante da nossa memória colectiva.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

ROCK EM PORTUGAL - ROCK EM ALMADA

O rock em Portugal na década de 60 esteve condicionado pelas debilidades estruturais do país e pelas difíceis condições de produção. Apesar de tudo, houve algumas boas iniciativas que não tiveram continuidade porque o serviço militar e a guerra em África faziam, de uma ou doutra maneira, abortar todos os projectos.
Há uma verdadeira eclosão de bandas em meados de 60. Os destaques vão para os Sheiks, os Ekos e o Quarteto 1111. Qualquer um deles gravou vários 45 rotações de nível bastante aceitável, daqueles que não envergonham quando comparados com outros de países que não a Inglaterra e os Estados Unidos. Em 70 aparece o álbum 'Mestre' dos Petrus Castrus e é ainda em meados de 70 que se estreia Jorge Palma, um nome que irá ter influência nas gerações seguintes.
Em Almada, o destaque primeiro vai para os Dakotas e os Guitarras de Fogo. Nos Dakotas pontificavam Luís Paulino, José Eduardo (vulgo Zé Nabo) e Zé da Cadela. Os dois primeiros integrarão mais tarde os Ekos, com os quais gravarão dois EP's. Zé da Cadela, por muitos considerado um dos melhores bateristas portugueses, tocará com diversos músicos, entre os quais José Mário Branco e gravará com os Objectivo alguns discos, onde reencontrará José Eduardo. Tocará também, como músico de estúdio, em imensos discos, sendo de realçar o LP da Filarmónica Fraude. Fez ainda parte dos Kama Sutra, que agrupava um naipe de bons músicos almadenses.
Os Guitarras de Fogo foram os únicos a gravar um EP em 60. Calcorrearam o país em concertos (a certa altura também Zé Nabo e Luís Paulino integraram o grupo). Zé Lourenço e Cª ainda mantêm o grupo em actividade a dar concertos por esse país fora.
Em Almada, além dos Dakotas e dos Guitarras de Fogo, há que lembrar ainda os Falcões, os Sensations e os Ogiva.
É de salientar a importância e pioneirismo, a nível nacional, do Festival da Juventude de Almada, que se realizou desde 1970. O ponto alto desta iniciativa ocorreu com a IV edição, em 9 de Julho de 1974, com a participação de uma das principais bandas inglesas, os Atomic Rooster.
O já referido Kama Sutra terá grande protagonismo nos anos 70, tendo sido uma das estrelas do III Festival da Juventude, em 1973. Dele farão parte um excelente naipe de músicos almadenses, como Gino, Jaime, Barata e Zé da Cadela. É de lembrar o célebre concerto dos Atomic Rooster na Cova da Piedade no qual actuaram na primeira parte.
O sempre presente Zé Nabo, além de músico de estúdio, participou em diversos projectos, dos quais é de realçar o grupo Salada de Frutas. E há o Jorge Fialho, que gravou alguns discos em Inglaterra, o que é, por si só, um feito assinalável.
Uma segunda leva trará os agora célebres UHF e Xutos e Pontapés. E também os Rock & Varius (de Jorge Loução e Gramaço) e os Iodo. Esta segunda leva é responsável por um enorme incremento da actividade musical em Almada, que se traduziu no aparecimento de numerosas bandas nos anos 80 e 90, entre as quais os Da Weasel. Mas esta é uma história já conhecida

terça-feira, 30 de setembro de 2008

MÚSICA EM PORTUGUES

Na música portuguesa o fado ocupou um lugar central e Amália era - e ainda é - a sua voz. A voz conhecida e apreciada em todo o mundo. A sua importância não tem paralelo no fado. Mas também há Marceneiro, Maria Tereza de Noronha, Carlos Ramos e Carlos do Carmo.
O fado de Coimbra conhecerá um incremento em princípio de 60 com a chegada de novas vozes: José Afonso, Luiz Góis, Adriano Correia de Oliveira.
José Afonso afasta-se progressivamente da balada coimbrã e relança a sua carreira em 67 com o lançamento do LP 'Cantares do Andarilho', que é um marco histórico na música portuguesa. Continuará a editar discos fundamentais, entre os quais avulta 'Cantigas do Maio' de 1971.
Outros o seguirão: José Mário Branco, Sérgio Godinho, Adriano Correia de Oliveira, Fausto e Vitorino. Mais tarde, aparecerão os Trovante.
Num registo diferente, influenciado pelas recolhas de Lopes Graça e Giacometti, há que lembrar a Filarmónica Fraude e a Banda do Casaco.
E há Carlos Paredes, uma figura absolutamente singular no panorama musical português.

No Brasil, o movimento da Bossa Nova revelou António Carlos Jobim, entre outros. Ele é a figura principal da música brasileira. Em meados de 60 estreia-se Chico Buarque, que depois de Jobim é a figura de maior relevo do panorama musical do Brasil. Seguem-se, entre outros, Elis Regina, Milton Nascimento, Alceu Valença. Caetano Veloso e Gilberto Gil protagonizaram o movimento Tropicalista, um ecletismo musical que associava e fundia tudo, desde o Choro, o Samba e a Bossa Nova até Roberto Carlos e o pop/rock no seu conjunto

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

MUSICA FRANCESA - MUSICA LATINA

A diva da canção francesa é Edith Piaf. Piaf influenciou todos os que se lhe seguiram. Mas a figura canónica da música de língua francesa é Jacques Brel, um belga que fez a sua carreira em França. Brel influenciou tudo, incluindo numerosos autores ingleses e americanos. As suas canções estão traduzidas para imensas línguas e existem dezenas de versões das mesmas. Scott Walker venera-o tanto que lhe dedicou um disco inteiramente preenchido com canções suas.
Na canção francesa merecem destaque Georges Brassens, Leo Ferré, Jean Ferrat e Serge Gainsbourg. Destes, o mais original e importante é Brassens. Entre a chanson e o pop existem dois nomes que editaram alguma boa música em 60 e que tiveram um imenso êxito em Portugal: Gilbert Bécaud e Charles Aznavour.
A pop francesa teve em 60 uma elevada qualidade. Michel Polnareff, Françoise Hardy e Jacques Dutronc e ainda Adamo, Nino Ferrer e Antoine são os principais protagonistas. Sylvie Vartan e Johnny Halliday foram duas figuras que à época tiveram grande êxito.
Em Itália destacou-se Rita Pavone, que cantava canções de Nino Rota,
autor das bandas sonoras dos filmes de Fellini.
Em Espanha, há que referir em primeiro lugar Paco Ibañez, um grande compositor. Joan Manoel Serrat, o grupo Aguaviva, Luis Lach e Maria del Mar Bonet são nomes importantes de 60 e 70.

sábado, 27 de setembro de 2008

OS ANOS 70

O clima que se respira na sociedade em princípios de 70 é de algum desencanto, apesar das profundas transformações que a mesma sofreu. A pouco e pouco, o status quo foi ocupando o seu lugar e o enorme consumo de drogas tinha ceifado muitas vidas. Muitos tinham chegado exaustos ao fim da década, tal tinha sido a sua alucinante actividade e produtividade, e alguns mostravam excessiva dependência das drogas, o que se reflectia na sua criatividade.
Novas correntes e novos nomes surgem na ribalta. O chamado 'rock progressivo' - grande predominância das teclas e sintetizadores, longas passagens instrumentais e elevada execução técnica - é um dos que primeiro se afirma com grande impacto, sobretudo na Europa. Os Pink Floyd, já sem Syd Barrett, serão dos primeiros a aderir e a influenciar a nova corrente com os seus álbuns. Produzirão dois discos marcantes em 70: 'Dark Side of the Moon' e 'Whish You Were Here', este último dedicado a Barrett. Mas a banda que manterá uma constância de qualidade durante a década será King Crimson. Outras bandas, embora de qualidade desigual, editarão alguns discos fundamentais do género: Genesis, Gentle Giant, Van der Graaf Generator, Yes, Jethro Tull, Emerson, Lake & Palmer, Family, para citar algumas.
O hard rock, outra corrente que se afirmará de forma retumbante, tem em Led Zepellin e Deep Purple as suas figuras de topo.
Nos Estados Unidos, o country rock atrai numerosos músicos influenciados por Crosby, Stills & Nash e Gram Parsons dos Flying Burrito Brothers.
Uma tendência que surge ainda em finais de 60 é o chamado rock de fusão, largamente influenciado pelo jazz. Soft Machine, Gong, Henry Cow e IF são os representantes destacados na Europa. Chicago e Blood, Sweat & Tears nos Estados Unidos. O grupo Santana produzirá uma música de fusão com elementos da música latina. O LP Abraxas lançado em 1970 será um êxito colossal.
No pop em Inglaterra afirmam-se os Roxy Music de Brian Ferry, um dos grandes compositores de 70. Sem esquecer o já mencionado Bowie e T.Rex. A banda pop por excelência nos Estados Unidos serão os Credence Clearwater Revival, que tomarão de assalto as tabelas de vendas.
Na Grã Bretanha há um forte revivalismo folk devido à influência dos Fairport Convention, de Sandy Denny e dos Steeleye Span.
Uma das tendências mais criativas é a do chamado Krautrock, vulgo rock alemão, como é conhecido, visto os seus grupos serem predominantemente alemães. É um rock ecléctico, experimental, por vezes electrónico. Faust, Can, Amon Duul e Kraftwerk são alguns dos mentores.
Não se devem esquecer os Residents, uns americanos que fazem uma música próxima da electrónica e é igualmente de assinalar a música dita ambiental que tem em Brian Eno a sua primeira figura.
Todas estas correntes - ou quase todas - rapidamente entraram em declínio. Em meados de 70, com o advento do disco sound, reinava na cena musical um enorme marasmo.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

JAZZ

O jazz evoluiu nos seus primórdios graças ao talento dos seus instrumentistas, nomeadamente de alguns pianistas e saxofonistas. Um dos mais influentes e inovadores, compositor dotado e exímio pianista, foi Duke Ellington. O seu contributo para a evolução do jazz é inestimável.
As grandes mudanças na evolução das formas do jazz começarão em meados de 40 com Charlie Parker e o movimento Bop. Em 50 aparecerá o cool e Miles Davis. Este passará por diversas metamorfoses estilísticas até atingir o zénite com 'Bitches Brew' em 1970. Thelonious Monk - autor de 'Round Midnight', um dos melhores standard do jazz moderno -, Charles Mingus e o Modern Jazz Quartet, entre outros, afirmar-se-ão, dando um cunho decisivamente moderno ao jazz.
Estava, no entanto, ainda para vir a mais profunda revolução no jazz moderno: o free jazz, que terá em Ornette Coleman, John Coltrane, Albert Ayler, Cecil Taylor e Sun Ra as suas figuras mais destacadas. Destes, é porventura John Coltrane quem, com a sua criatividade inovadora, mais profundamente marcou o seu tempo e é por muitos considerado o maior génio musical do jazz.
Nos anos 70, entre outras figuras, destacam-se o saxofonista Anthony Braxton, o Art Ensemble of Chicago e o pianista Keith Jarrett, autor do famoso disco 'Koln Concerts'.